Como o governo quer deixar a telefonia móvel mais barata no Brasil

Paulo Bernardo - Ministro das Comunicações

Se tudo sair como o governo vem planejando, a telefonia móvel no Brasil deve ficar mais barata nos próximos meses, tanto no custo das ligações quanto no custo dos smartphones. Para isso, duas medidasdevem ser tomadas:

Reduzir as áreas de DDD
Segundo o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, o governo deve reduzir as áreas de DDD de 4.200 para apenas 67 no país. Isso deve reduzir consideravelmente os custos de boa parte das ligações que fazemos, principalmente para cidades vizinhas.
Hoje, na realidade, existem apenas 67 códigos DDD no Brasil, mas as operadoras cobram chamadas interurbanas mesmo em cidades com o mesmo DDD, considerando até 4.200 áreas diferentes. Por exemplo: hoje quem liga de São Paulo para Campo Limpo Paulista, ambas cidades com o DDD 011, tem que pagar interurbano.
O ministro acredita que as operadoras possam perder até 300 milhões por ano em receita se a medida for adotada, mas parte desse dinheiro será recuperado com o aumento das ligações.
Além de reduzir as áreas de DDD, o governo também quer obrigar as empresas a compartilharem suas redes. Uma empresa que tiver uma rede de fibra óptica ociosa, por exemplo, terá que vender parte da rede para outras empresas. Atualmente, como não há essa obrigação, as empresas cobram preços abusivos para compartilhar sua rede. Calcula-se que essa medida terá impacto de 30% nas tarifas.

Tablets e smartphones

Smartphones podem entrar para a Lei do Bem
Os impostos sobre smartphones no Brasil podem cair de 30 a 35%, de acordo com o ministro Paulo Bernardo. Para isso, os dispositivos seriam enquadrados na chamada "Lei do bem", da mesma forma que aconteceu com os tablets produzidos nacionalmente.
Bernardo acredita que os smartphones já desempenham um papel importantíssimo na internet móvel e inclusão digital. Apenas em 2011, o aumento do consumo de smartphones no Brasil foi de 340%. 
No entanto, o próprio ministro afirma que ainda existem muitos entraves e desafios a serem discutidos e solucionados antes que haja a desoneração. Por enquanto, os smartphones mais baratos são apenas uma ideia.
Se ela for implementada, esperamos que seja uma ideia mais bem sucedida do que a dos tablets, que até hoje não parece ter proporcionado nenhum desconto visível para os consumidores - apenas lucros maiores para as fabricantes.